Companhia Teatro Persona: janeiro 2008

Arquivo: Edição de 22-12-2007 SECÇÃO: Cultura 2007-12-20 Persona estreou espectáculo nos Paços da Cultura A musicalidade das palavras improvisada em palco “Poiesis” é o último espectáculo da Companhia de Artes Cénicas Persona, de Santa Maria da Feira, estreado no passado dia 14, no Auditório dos Paços da Cultura. A apresentação deste espectáculo em S. João da Madeira partiu de uma proposta apresentada à Associação de Jovens Ecos Urbanos, que comemora este ano o 10.º aniversário. Em declarações à EDV Informação, Lígia Lebreiro, directora artística do grupo Persona e encenadora do “Poiesis”, explicou que este “não é um espectáculo de poesia tradicional”, uma vez que “há uma mistura de palavras, com música, movimento e imagem”. “Poieis” é um momento multimédia e multidisciplinar, que tem como base vários textos poéticos e que combina o vídeo, a música e performance, centrando-se na “musicalidade das palavras”. Cinco actores interpretaram textos de Almada Negreiros, António Lobo Antunes, Fernando Pessoa, Jorge de Sena, Lígia Lebreiro, Blixa Bargeld da banda alemã Einsturzende Neubauten, José Gomes Ferreira e Lúcia Rodrigues. A música é de Von Magnet, Kraftwerk, Fantomas, Einsturzende Neubauten, Norsq, Lígia Lebreiro, Steve França e Simão Valinho. Ao longo de aproximadamente uma hora de espectáculo, foram revelados vários quadros temáticos, em que a música, a palavra e a imagem se misturam numa sinestesia poética, sendo que o espectáculo conta com textos, vídeoclips e interpretações ao vivo. Rita Patrício foi a videasta convidada do “Poiesis”, apostando na “improvisação em tempo real”. “Poiesis” é uma palavra grega que inicialmente significava criação, acção, confecção, fabricação e acabou por significar arte da poesia e faculdade poética. Além do formato de sala, este espectáculo da companhia Persona é adaptável a vários espaços, como museus, galerias, jardins e bares. Por: Joana Gomes Costa

Arquivo: Edição de 20-12-2007

SECÇÃO: Cultura

Persona apresenta “Poeisis”

Recriar a poesia da palavra

Novo espectáculo da companhia Persona recria o sentido grego de “Poeisis” num cenário multimédia, recorrendo às palavras de autores consagrados como Almada Negreiros ou Pessoa.

A palavra como origem do ser, seiva da poesia que corre nos vídeos projectados, nas expressões corporais esvoaçantes entre a musicalidade dos textos de Almada Negreiros, Fernando Pessoa, António Lobo Antunes ou Jorge de Sena.

Depois de uma primeira experiência no espaço portuense Contagiarte, a companhia de artes cénicas Persona, de Santa Maria da Feira, subiu ao palco dos Paços da Cultura com o seu mais recente espectáculo “Poeisis”, no âmbito do programa “Clipes e Pioneses” da Associação de Jovens Ecos Urbanos.

Palavra de origem grega, “’Poeisis’ era sinónimo de criação, acção, confecção, fabricação, acabando por significar arte da poesia e faculdade poética”, lê-se no blog da Persona.

Apesar dos escasso 30 lugares ocupados, na sexta-feira passada, os intérpretes encheram a sala dos Paços da Cultura com música, imagens em movimento, voz, tudo quanto pudesse celebrar “Poeisis” como um conceito bem mais amplo do que o definido na antiguidade clássica, que restringia o seu valor à música. Para a encenadora da peça e directora da companhia, Lígia Lebreiro, o desafio foi exactamente esse, “recuperar o todo da ‘criação’ (Poiesis) incorporando outros recursos”. Os cinco actores, o DJ, a videasta e sonoplasta que dão corpo ao espectáculo cénico, enriqueceram a palavra com diversas linguagens poéticas.

“’Poiesis’ é um espectáculo que pretende recriar a ideia da palavra que vale por um todo, não só pelo seu sentido, mas pela sua musicalidade, grafismo, imagens que suscita ou sensações que provoca”, explica Lígia Lebreiro.

“Salomé” de Oscar Wilde

Antes de levar “Poeisis” a outros palcos, a encenadora sublinha a necessidade de uma análise crítica: “Este espectáculo é um laboratório permanente de ideias e após esta experiência em palco sentimos que é importante criar alguma distância crítica para o podermos levar ainda mais longe artisticamente”.

Paralelamente, Persona pretende “desenvolver a ideia do vídeo-livro” e já está a pensar numa nova peça: “Salomé” de Oscar Wilde, para a qual convidou os Von Magnet.

Dirigida por Lígia Lebreiro, a companhia Persona nasceu em 2002, tendo já passado algumas vezes por S. João da Madeira, nomeadamente com espectáculos de animação de rua. Este ano, trouxeram também a peça “Deadline Now”, no âmbito da Semana da Juventude.

Na bagagem, inúmeros espectáculos e palcos pisados de Norte a Sul do país e também no estrangeiro, nomeadamente em França.

Por: Salomé Pinto