quinta-feira, agosto 11, 2005

POIESIS

Tu sabes que a ideia de poiesis (criação) é algo múltipla, pois na realidade toda a causa que faça passar qualquer coisa do não ser ao ser é criação, de modo que também os trabalhos realizados em todas as artes são criações e os seus artífices são todos poetai (criadores) … Mas também sabes – continuou ela – no entanto têm outros nomes e que do conjunto inteiro da criação se separou uma parte, a concernente à música e ao verso, e se a denomina com o nome do todo. Unicamente a isto se chama, com efeito, “poiesis” e “poetai” aos que possuem esta porção de criação”

Platão: ”O Banquete

POIESIS é uma palavra de origem grega que significou inicialmente criação, acção, confecção, fabricação e depois terminou por significar arte da poesia e faculdade poética. Já perdoamos Platão porque quando expulsa os poetas da sua República por “falsos pedagogos”, põe na boca de Diotima as palavras acima citadas. Ou seja, a poiesis é “fazer passar qualquer coisa do não ser ao ser”… “ a concernente à música e ao verso… a tudo isto se chama, com efeito, “poiesis” e “poetai” aos que possuem esta porção de criação”. Para os filósofos gregos o ser é “presença”, um surgimento, um nascimento, um “sair para a luz e arrancar-se ao ocultamento e ao não-ser” com a possibilidade de voltar em qualquer momento ao não-ser e perecer, de não mediar a poiesis que o extrai do fundo primordial do não manifestado e que permanece inacessível. “Poiesis”, que no caso do verso se manifesta por via do “dizer” que é “apresentar a própria coisa dita ou deixar que a própria presença da coisa tenha lugar”. “Dizer” que é também palavra enquanto fala o “logos”, arrancando ao não manifestado o ser, que se re-presenta. Voltar à criação é o propósito deste laboratório de palavras, onde a sinestesia perdida se reencontra com as outras formas de “poiesis” e outros “poetai” de que falava Diotima. No caso a música, a imagem e a própria re-presentação. A Performance POIESIS é um “café-concerto” que conta com a participação de três intérpretes, um DJ, um videasta e um sonoplasta. É adaptável a vários espaços como bares, museus, galerias, jardins ou outros. A performance desenrola-se no meio das pessoas, deambulando os intérpretes pelo espaço, com pequenas encenações pontuais. Vários quadros temáticos em que a música, a palavra e a imagem se misturam, sempre ligados por intervalos onde a música continua e, pontualmente, também a projecção de imagens, dando espaço ao público para conversar, tomar uma bebida ou mesmo interagir com os intérpretes. Tem a duração de uma hora e meia, aproximadamente. Em espaços mais pequenos e/ou onde hajam mais limitações orçamentais, poderá ser apresentado num formato acústico mais reduzido e sem projecção de imagens, apenas DJ e intérpretes.

Encenação/ Direcção Artística – Lígia Lebreiro DJ – Simão Valinho (DJmão) Vídeo – Marcelo Valente Sonoplastia – Jorge Portela Intérpretes – Lígia Lebreiro, Pedro Lino e Reinaldo Trigueiros

1 comentário:

JN disse...

Os sapos pela sua viscosidade já têm a máscara(persona) colada à cara...Com o tempo arrebentam ... O trabalho dos Persona é uma pedrada no charco dos sapinhos...Continuem que, a beleza das borboletas haverá de superar os rastejantes...A isso chama-se "poesia"...Resistir na adversidade. Persistir na Criatividade...Adelante, Persona!!!JN