terça-feira, fevereiro 28, 2006

Contos Diarios

vai aí uma dica, Contos Diários é um blog criado por Vitor Hugo, jornalista do Terras da Feira e que se propôe escrever um conto por dia. recomendo vivamente http://contosdiarios.blog.com/

base de dados

tou recuperando a base de dados da companhia, e gostava que todos me enviassem o vosso mail e o número do télélé. enviem para: marcelo@zmail.pt ou persona@portugalmail.pt bisous

domingo, fevereiro 19, 2006

Saiu com girassóis nos olhos.
Febris desígnios.
Inquieta,
procura.
É sobre os arrogados delírios
que se recria...
Lúcia Rodrigues.
Vivam, Persona!

sábado, fevereiro 18, 2006

Double Dare
I dare you, to be real
To touch a flickering flame
The pangs of dark delight
Don't cower in night fright
Don't back away just yet
From destinations set
I dare you to be proud
To dare to shout aloud
For convictions that you feel
Like sound from bells to peal
I dare you to speak of your despise
For bureaucracy, hypocracy- all liars
I dare
I dare
I dare- you- you
Bauhaus

terça-feira, fevereiro 14, 2006

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Sem título...

Ao longo da muralha que habitamos Há palavras de vida há palavras de morte Há palavras imensas,que esperam por nós E outras frágeis,que deixaram de esperar Há palavras acesas como barcos E há palavras homens,palavras que guardam O seu segredo e a sua posição Entre nós e as palavras,surdamente, As mãos e as paredes de Elsenor E há palavras e nocturnas palavras gemidos Palavras que nos sobem ilegíveis À boca Palavras diamantes palavras nunca escritas Palavras impossíveis de escrever Por não termos connosco cordas de violinos Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar E os braços dos amantes escrevem muito alto Muito além da azul onde oxidados morrem Palavras maternais só sombra só soluço Só espasmos só amor só solidão desfeita Entre nós e as palavras, os emparedados E entre nós e as palavras, o nosso dever falar. Mário Cesariny

domingo, fevereiro 12, 2006

A propósito de palavra e silêncio, por Cesariny...

Faz-me o favor...
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor Do que o dirias.
O que és nao vem à flor Das caras e dos dias.
Tu és melhor -muito melhor! Do que tu.
Não digas nada.
Sê Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny

sábado, fevereiro 11, 2006

Aos Amigos

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construimos um lugar de silêncio.
De paixão.
Herberto Helder

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

adn

Poiesis

Vivam, Persona! Quero aqui agradecer-vos o Poiesis, particularmente na performance com textos do meu livro ”Um dia talvez eu chova”, realizado a 21 de Janeiro na Câmara de Oliveira de Azeméis. Foi algo muito especial numa noite cheia de estreias. Num período vosso extremamente fértil e extenuante, tive o prazer da vossa presença, do vosso trabalho e até do vosso material de apoio técnico. Faço notar a criação e projecção de imagens da Lígia Lebreiro, o som original e sua manipulação do DJ Mão, e obviamente, a interpretação in loco da Lígia, do Mão,do Pedro Lino e do Morais (o nosso fantástico mordomo). Lamentavelmente não existem bons registos (fotográficos ou vídeo) dessa noite, mas estou segura que os melhores estão com as pessoas que lá estiveram.O meu Obrigado e Vivam, Persona! Beijos. Lúcia Rodrigues.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Quando o coração pode falar, não há necessidade de preparar o discurso.

Lessing, Gotthold

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

REAL IRREAL OU IRREAL REAL?!...Mais um tema para discussão com o tempo que me sobra para ter tempo...

Uma dos princípios básicos da física consiste em que nada se pode propagar a uma velocidade maior que a luz. Por outro lado, quem advoga as teses da física quântica , afirma que a matéria( e todos nós somos matéria uma vez que somos todos constituídos por átomos- Demócrito, na Antiguidade Clássica, já se referia a estes “pedaços de ser”- ) tal como a dita luz comporta-se como onda e como partícula. Todavia, o paradoxo resulta do facto deste “comportamento-movimento” depender da nossa própria observação. A mecânica quântica enuncia uma visão totalmente probabilística do mundo. Um Ente não está em determinado lugar: há sim, uma certa probabilidade de que esteja ali. De facto, é possível encontrá-la em qualquer lugar do Universo. Várias dimensões paralelas coabitam, por assim dizer, e de entre as dimensões possíveis escolhemos a dimensão tridimensional. Esta dimensão, onde o tempo lhe dá cor( memória versus imaginário) é uma espécie de novelo para não nos perdermos, tal como Teseu, no Labirinto não de Creta, mas do Cosmos. Face ao exposto, apercebemo-nos de que nada se encontra definido até ser medido; que não vemos os Entes em si mesmo, mas sim aspectos daquilo que são. Ao longo dos tempos, este tema tem sido abordado de diferentes ópticas... No cinema através dos filmes limite do incomparável David Lynch; na literatura, através da “Divina Comédia” de Dante por referência aos círculos sobrepostos. Não serão os nossos processos mentais círculos/linhas paralelas? E nesses processos não criaremos o nosso próprio “inferno, purgatório e paraíso”?...Ou seremos como Alice, que ao olhar-se no espelho, cria e esgota os seus outros “Egos”?...As decisões que tomamos não dependem da certeza e do consenso?....E ao optar por algo ou alguém para partilhar as nossas representações do mundo, activamos uma série de processos, tal como uma partícula subatómica só existe numa dada coordenada a partir do momento em que a observamos. Descartamos uma série de possibilidades e na incerteza da decisão abrimos a porta à acção/emoção. A isto chama-se, vulgarmente, consciência de si e passamos do Ente ao Ser de Heidegger. O cérebro humano trabalha como um todo e que a cartografia de certos estados mentais e emoções é de todo impossível. As emoções não passam de electrões rebeldes e imprevisíveis. Uma emoção tal como uma partícula subatómica, só ganha substrato, isto é revela um sentimento profundo por algo ou alguém, quando decidimos exprimi-la; tal como uma cor só ganha cor num quadro impressionista quando o pintor decide usar o melhor pincel;senão mais vale o silêncio, o qual representa o cone de luz da nossa própria afirmação ou negação num tempo sem horas e num espaço sem lugares...

Vivam, Persona!

Vivam, Persona!
Obrigado.
É com muita honra que tentarei contribuir para este banquete.
Muitas vezes ausente, sou aqui agraciada de voz.
Entre banquetes e joelhos que dobram
miseravelmente
sorrindo
procuramos rostos que nos sintam
belos
que nos comprem os sonhos...
E nada
nos outros de nós expostos...
Sentemo-nos.
Há quanto tempo... Lúcia Rodrigues

terça-feira, fevereiro 07, 2006

1,2,3,1,2,3,1,2,1,2,1,2,3,1,2,3,1,2,...

levantou-se cedo, tarde, como de costume. mal disposto. tomou um banho que o tentou acordar em vão. vestiu o que veio à mão e só depois veio para trás vestir-se para atender telefones. no carro não falou nem ouviu. até as 10.00 da manhã reagiu por instinto. tomou o 2º café e ressuscitou. atendeu telefones, mentiras e hipócrisias. almoçou com a mãe e com os irmãos e foi a primeira vez que sorriu. voltou ao trabalho já atrasado. atendeu telefones, reclamações e salvou fins do mundo. voltou para casa com a impressão de ainda ouvir o telefone. comprou comida no caminho e sorriu para a senhora, é costume. pagou a ler o jornal. carro na garagem. comida a temperar o elevador. abriu a porta de casa a olhar para o chão. o tapete. pegou no prato, no copo, no guardanapo, na água, nos talheres e no comando da televisão só com uma mão. sorriu outra vez. sentou-se no chão da sala e comeu a fingir que ouvia as notícias. respirou. trocou de roupa. saiu. agora ouviu o rádio e a música era boa. chegou. não cuprimentou ninguém mas disse olá a toda a gente. foi feliz como tinha de ser. foi infeliz como tem de ser. sofreu. doeu como não se suporta. aprendeu. cresceu. pensou. entrou no carro. não ouviu a música novamente. não fechou o portão que agora está avariado de casa. não esperou pelo vizinho no elevador. o tapete. o chá. a internet. o sono. o pijama. casa de banho. dormiu. o tapete. o telefone. a senhora. o carro. a garagem. o portão. o telefone. o telefone na garagem da senhora. a senhora a atender o telefone no carro. a comida na garagem dentro do carro. abrir e fechar o portão para o vizinho. o tapete. a senhora a beber chá sentada na minha secretária. o rádio no carro do vizinho. pó. música. eco. migalhas. garfo e telefone. meias. óculos. anel. cabelo. calças. um, dois, três. levantou-se...

disponibilidade temporal

estou sem tempo pra escrever >> não estou disponível >> não tenho tempo >> tenho que ir >> atenção que isto não é nenhuma tentativa de escrever algo com sentido profundo do tempo que o tempo tem ou algo que se pareça com a disponibilidade temporal.....é que estou mesmo sem tempo !!!!!!!!!!!!! e acima de tudo isso queria deixar aqui umas palavras sem tempo com o pouco tempo do meu tempo. se tiverem algum tempo não pensem muito tempo.

Viagem no tempo - Ficção? Reflexão?

Reencontro hoje as palavras de Álvaro de Campos, talvez com um novo sentido... ou talvez com um sentido que sempre se escondia na minha obscura procura de sentido. Aprendo (ou reaprendo) que a interpretação não tem fim.
Quando falo de interpretação já não distingo mais o actor do autor, o leitor do poeta, a vida do teatro ou a arte da vida. Palavras num papel podem afinal ter um papel e serem verdadeiramente os intérpretes da vida.
Ode Triunfal... à omnipresença do Homem, às distâncias que se esbatem e aos silêncios que derivam do ruído desta incontrolável máquina que criamos.
Somos eternos passageiros e transporte, máquina e timoneiros solitários de engenhos que nos conduzem... para onde?
Lígia Lebreiro

Sobre a presença penso: hoje temos de estar presentes, sempre. Seja física ou "tecnológicamente, vivemos na tirania da presença. Se não estás pessoalmente isso significa distanciamento, desinteresse, há quem o leia como desprezo até e há quem vá mais longe. Muitas vezes a ausência é simplesmente estar noutro lado, nada mais, mas procuram-se as razões, os motivos, os porquês! Temos de estar presentes no telemóvel, a sms, o toque, o aparelho sempre ligado e disponível, sempre. No e-mail, na internet toda, no trabalho, aos amigos! E daí surge a dificuldade de atingir o silêncio. Porque o silêncio não é apenas a ausência de som. Muitas vezes o barulho que nos ronda cá dentro é muito mais ensurdecedor que aquele que passa lá fora em hora de ponta. O silêncio é, assim, um bem raro na sociedade urbana. Já todos ouvimos alguém dizer: "Que silêncio!" como que assustado daquele vazio sonoro.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Ausência ou Presença?...Qual o valor do Silêncio? Lanço o mote para o debate...

Silêncio. O silêncio baseia-se numa espécie de vapor de fogo e neve.O silêncio é a ausência de uma gravidade grave, aguda e esdrúxula. O mundo é a renovada Babel à espera de um Pentecostes, em que as línguas de fogo sejam substituídas pelas bocas fechadas. O silêncio é a eterna continuidade na descontinuidade... O fio de arame farpado , de uma Ariadne adormecida, rasgava os nus e os nós. Um piano dissonante mantia o respeito pelas formas obscuras da concentração mental no inaudito. A ausência florescia num campo de campas rasas, vasas, incendiadas... O egoísta tinha enganado – se sobre o sítio onde o seu corpo jazia. O altruísta foi lá enterrá-lo e lembrar-lhe que o primeiro som audível é sempre o último a ser escutado… E quando foi lá enterrá-lo com o bilhete de identidade pendurado nas orelhas sem dedos ,o egoísta teve o seu primeiro acto altruísta e o altruísta o primeiro acto egoísta. Ambos debaixo de terra apaziguaram a indiferença um pelo outro durante a vida, como lobos sedentos de sangue e cães ciosos, cientes que a estupidez era a cruz que tinham colocado nos seus caixões de vidro. Eis que surgiu a sombra de Wittengenstein a mandar calar o indizível…( Excertos do Sol e a Lua, JN)

Benvindos!

A todos os novos membros do nosso blog agradecemos o entusiasmo com que aceitaram o convite. Contamos com os vossos artigos e comentários para manter este blog bem vivo. Esperamos que este seja um espaço de opinião, discussão, divulgação e, acima de tudo, "Alimentação"... todos os projectos se alimentam das vontades e acções daqueles que os acarinham. E agora toca a "Blogar"!!!...

domingo, fevereiro 05, 2006

Sempre tentado. Sempre falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor. Samuel Beckett, Dramaturgo

Saudações...

É com muito prazer que aceitei o convite para escrever neste blog. Agradeço aos Persona a oportunidade dada. Serei um observador atento das actividades da companhia, do seu amadurecimento e da sua consolidação no panorama" teatreiro e perfo místico" mundial. Desde já quero desejar a todos e a cada um , excelentes ensaios com os Von Magnet, para que no dia de estreia estejam todos com "personite"( criptonite dos persona ). Um bem haja! Ousem!!... P.s) Vejam o filme "Persona" de Ingmar Bergman-lá podem arranjar inspiração para a loucura do silêncio e da palavra...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Minhas Senhoras e meus Senhores:

O espectáculo vai começar! Por favor, desliguem os vossos telemóveis ou aparelhos de sinal sonoro. Obrigado!