quarta-feira, maio 10, 2006

Uma história de pessoas aprisionadas em trajectos paralelos, milhões de corredores transportando existências cegas.
O lugar – uma metrópole moderna.
A escala do tempo – trinta e seis horas
Ou trinta e seis dias… trinta e seis meses,
Ou… mesmo quando trinta e seis horas igual a trinta e seis anos.
Aí, eles caminham, correm, trabalham, telefonam, passam, batem,
Sonham, tropeçam, “samplam”, repetem, encadeiam, avariam…
Todavia, testemunhamos o absurdo das suas acções,
Esperando que surjam sinais de fraqueza,
Ternura, amor, mesmo de simples humanidade.
Repararam como ultimamente as nossas percepções do tempo têm vindo a acelerar?
A urgência de tudo ou a síndroma do “tudo urgente”.
Como se “não fazer nada” quisesse dizer “não existir” mais!
Já sentiram aquele medo de não estar devidamente conectado?
A necessidade de “estar disponível” a qualquer momento…
Presentemente estamos ligados a todo o mundo em segundos mas, de algum modo, nunca estivemos tão sozinhos.
Aqui o código do tempo é o mestre, a realidade implacável de uma pulsação digital que todos os actores servem ou perseguem ao longo da performance…
Até que eles encontrem – através da exaustão e desespero – o toque, a carne, a respiração, a liberdade ou a loucura… eles mesmos.
Esticar o tempo até uma onda universal de silêncio.
Phil Von

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa sorte. Espero estar presente..

Anónimo disse...

"Esticar o tempo até uma onda universal de silêncio."
Desejo-vos a melhor das sortes e q façam jus á dinâmica proposta.
Quero e espero estar presente...

Abraços